A greve dos bancrios ampliou a queda na concesso de crdito pelos bancos, em setembro, principalmente das modalidades de crdito imobilirio, consignado e de financiamento de veculos, informou hoje (26) o chefe do Departamento Econmico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
Neste ano, a greve dos bancrios, que teve inicio em setembro, durou 31 dias, com retorno dos bancrios ao trabalho no dia 7 deste ms.
A greve afetou principalmente as modalidades em que preciso negociar a liberao do crdito nas agncias bancrias. Em setembro, as concesses do crdito consignado (com parcelas descontadas diretamente na folha de pagamento) caram 24,4%. O financiamento para a compra de veculos caiu 8,5%. No caso do financiamento imobilirio, as concesses recuaram 24,2%.
Tramitao demorada nos bancos
“Essa uma concesso [de crdito imobilirio] que tem um trmite mais demorado, que exige a presena do solicitante nas agncias mais de uma vez. Uma agncia fechada interrompe todos esses processos. Ano ado foi afetado de uma forma bem mais modesta, tinha recuado 4%, mas este ano afetou de forma significativa”, disse Maciel.
No total, as concesses de crdito de todas as modalidades caram 7,2% em setembro em relao a agosto deste ano para pessoas fsicas.
Maciel ponderou, entretanto, que o crdito seguir em tendncia de desacelerao mesmo sem a greve dos bancrios. “A tendncia do crdito desacelerao, com expectativa de retrao no ano. O resultado de setembro foi prejudicado pela paralisao bancria, mas isso no significa que haveria uma mudana de tendncia. O crdito no ir liderar o movimento de reao da atividade econmica, mas tem como contribuir nesse processo”, disse Maciel.
No ms ado, o BC divulgou sua projeo para o saldo das operaes de crdito este ano. Segundo estimativa do BC, os bancos vo registrar este ano a primeira queda no saldo das operaes de crdito, na srie histrica, iniciada em maro de 2007. O recuou deve ser de 2%.
Em setembro, o saldo de todas as operaes de crdito concedido pelos bancos caiu 0,2% em relao a agosto e ficou em R$ 3,109 trilhes. Em 12 meses encerrados em setembro, o saldo das operaes de crdito caiu 1,7%.
Taxas de juros
Em entrevista coletiva para explicar os dados do crdito em setembro, Maciel tambm afirmou que no h uma previso de quando o efeito da reduo da taxa bsica, a Selic, ser sentido nos juros cobrados dos consumidores. Na semana ada, o Comit de Poltica Monetria (Copom) do BC reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual para 14% ao ano.
Em setembro, a taxa mdia de juros cobrada de pessoas fsicas subiu para 73,3% ao ano e do cheque especial (324,9% ao ano) e do carto de crdito (480,3% ao ano) bateram novo recorde.
Segundo Maciel, s vezes os bancos se antecipam reduo da Selic e reduzem os juros do crdito e em outras situaes levam alguns meses para reduzir as taxas cobradas dos clientes. “No se espera uma defasagem muito longa. [A queda da Selic] reduz o custo de captao [de dinheiro pelos bancos] e isso contribui para reduo de todas as taxas ativas”, explicou.
Ns usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experincia em nossos servios. Ao utilizar nosso site, voc concorda com tal monitoramento. Para mais informaes, consulte nossa Poltica de Privacidade.